sábado, 31 de janeiro de 2009

Do Esferas...em 105.4 FM

O Esferas é um programa diário de cultura emitido de segunda a sexta-feira das 18:00 às 20:00 em 105.4 FM, CSB - Rádio.
Como tudo o que se constrói de raíz será purificado à medida do tempo, do contexto e das circunstâncias.
O que importa é a ideia e o projecto que resultaram de um convite inesperado, irrecusável (?), um convite demasiado aliciante pela novidade da sua formulação, já que aceitar participar na construção desta nova rádio com um programa de cultura implicava, uma vez mais, procurar na senda da sociedade civil a resposta aos custos do programa.
Quando o Jorge Rodrigues (ex-Ritornello, Antena2) aceitou ser comigo o co-autor deste programa, respondeu implicitamente, aos sinais do «espírito». Lembro-me de ter pensado: «bem isto é mesmo para fazer».
E uma vez mais, lá ia eu, deixar-me absorver por um empreedimento que roubaria o tempo que consegui conquistar quatro anos depois da dedicação completa à Europa Viva e de paralelamemente ter de escrever para sobreviver ou aceitar projectos para repôr poupanças...
Mas como dizer não à possibilidade de ajudar a construir a única Rádio portuguesa de cidadania, um conceito demasiado importante nas sociedades em que vivemos, e especialmente na sociedade portuguesa tão lamentavelmente dissonante da resposnabilidade individual e social dos seus concidadãos?
Como dizer não a um projecto que complementaria muito bem os fundamentos pelos quais fundámos a Europa Viva e ainda como dizer não à dinãmica que uma rádio poderia trazer à programação da Europa Viva?
Pois, não era possível dizer não...
Pensava eu no jornalismo como uma actividade a quem conscientemente tinha dito «até sempre».
O que eu e o Jorge vamos fazer diáriamente no Esferas é constribuir para a reflexão, promoção e divulgação da cultura europeia, nas suas dinâmicas criativas contemporâneas, acompanhadas sempre da preocupação de produzir pensamento. Queremos dinamizar uma plataforma de saber onde todos possamos construir pensamento. É ousado, claro que sim, mas é necessário e urgente.
Cá estamos para o desafio.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Imagem (2)

O primeiro-ministro voltou ao fato escuro. Na sociedade do espectáculo (GUY DEBORD) não basta ser é preciso parecer...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A imagem...

O primeiro-ministro voltou a vestir cinzento, branco e azul claro. Agora no Parlamento.

Da morte de Deus

José Pedro Serra, um dos maiores classissistas portugueses, conversou com os leitores da Livraria Trama, ao Rato, sobre cultura grega a propósito do seu livro - Pensar o Trágico (Fundação Gulbenkian) e ainda a jeito de antecipação das quatro conferências que fará em Fevereiro próximo na Culturgest.
Do trágico retive as palavras sobre a morte de Deus e do seu significado para o pensamento ocidental.
E pensei...Quanta vulgaridade assiste ao pensamento produzido a este respeito, nomeadamente, vindo da militância ateísta europeia, na sua maioria inculta, analfabeta do ponto de vista religioso, teológico ou espiritual, incapaz de qualquer entendimento que ultrapasse o seu umbigo intelectual e social.
Os mais cultos, podiam começar por Beckett, por um autor caro à imensa maioria das mulheres e dos homens letrados da esquerda caviar, En Attendant Godot, Wainting for Godot, aí, repousariam no imenso significado da morte da Esperança, e seguramente, os mais inteligentes, entenderiam, o trágico sentido da morte de DEUS.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sobre a Epistemologia...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Epistemologia

Para uma epistemologia do inumano


Para uma epistemologia da burka


Haverá realmente a distinção entre o mundo cognoscível e o mundo incognoscível?

domingo, 25 de janeiro de 2009

somos (muito) bons na gestão de marcas

Como no parque automóvel, também no domínio da gestão de marcas, da imagem, Portugal apresenta performances de resultados a nível mundial.
Um bom exemplo que ilustra o extraordinário trabalho dos marketeer politicos, dos homens e das mulheres que produzem comunicação politica em Portugal, foi o trabalho de produção de imagem realizado a José Sócrates no dia 24 de Janeiro, quando o primeiro ministro, obrigado pelas circunstâncias, e a vida é isso mesmo, a soma do homem e das suas circunstâncias, se encontra com os jornalistas para eclarecer «alguns» pontos acerca do seu «alegado» envolvimento no caso Freeport.
Procurei na internet uma fotografia que ilustrasse a minha ideia, mas não encontrei. Em todo o caso, aqui fica a descrição:
José Sócrates que habitualmente veste fato escuro, camisa branca e gravata de côr lisa, apresenta-se, pela primeira vez, se a minha memória não atraiçoa, numa conferência de imprensa, com um fato cinzento muito claro, de tecido suave, brilhante, uma camisa branca e uma gravata azul bébé.
Como os cabelos de José Sócrates estão branqueados pela dura experiência de trabalho governativo, e a luz foi cuidadosamente estudada sobre a sua figura, de modo a aproveitar ao máximo, cores, brilho, maquilhagem, o resultado que produziu foi uma imagem limpa, sem nenhum ruído de comunicação, uma imagem pura, dada pelos azuis, branco e cinzentos, enfim, uma imagem simbólicamente inocentada.
Numa sociedade como aquela em que vivemos não chega ser é preciso parecer. Foi para isso que trabalharam os seus assessores de comunicação: nas vertentes de imprensa, imagem e relações públicas.
Não conheci até à data nenhum governo que gerisse com tanto rigôr e profissionalismo a comunicação e marketing politico. Mas este facto não me surpreende a LPM (empresa de comunicação) que presta serviços ao governo e que deve trabalhar dia e noite a comunicação da pessoa do primeiro-ministro é seguramente uma das maiores empresas de comunicação europeias.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Nós, há muitos anos...

Há muitos anos, eu (de camisa azul sentada de joelhos sobre a Pilar), a Júlia Pinheiro (TVI), a Leonor Xavier (jornalista e autora de vários livros), a Helena Matos (cronista do Público e da Rádio Paris Lisboa) e a Pilar Diogo (actual chefe de redacção da Máxima) na rúbrica Elas dão o Máximo...festejando os prémios de jornalismo que tinhamos ganho...
Na altura, todas faziamos jornalismo na Revista Máxima e, naquele ano, todas nós tinhamos ganho prémios de jornalismo.
Era o ano de 1995. Como evoluiaram as produções fotográficas no glamoroso universo das Revistas ditas femininas...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Vaticano no You Tube - para uma história da comunicação

Errata: Revisões de uma vida

A obra de Steiner ocupa a minha reflexão há alguns anos. Voltei de novo à Errata, Revisões de uma Vida. Quando procuro caminhos, soluções, percursos, regresso a George Steiner. A Gramáticas da Criação, sempre, e a Antígonas quando quero pensar sobre o papel das matrizes culturais na consciencia e cidadania europeia, dois temas que mudaram a minha vida nos últimos anos, em prol do compromisso fundador da Associação Europa Viva.
Errata, Revisões de uma Vida é uma obra que não se esperaria de uma personalidade como Steiner, homem cultissimo, professor genial, conferencista extraordinário mas um ser humano de uma vaidade intelectual sem limites, dificilimo no trato humano, senhor conscio da sua singular educação e formação, que cedo o tornou um principe do saber.
Agora que estou submersa no texto de Steiner, náo hesito em transcrever umas passagens sobre como Steiner define o «clássico»:
«Eu defino um clássico, seja na literatura, na música, nas artes ou na filosofia, como uma forma significante que nos "lê". Lê-nos mais do que nós o lemos...de cada vez que entramos nele, o clássico questiona-nos. Desafio os recursos da nossa consciência e do nosso intelecto, da mente e do corpo...o clássico perguntar-nos-á: compreendeste?, re-imaginaste com responsividade? estás preparado para agir sobre as transformações, sobre as possibilidades de uma outra existência, mais enriquecida que eu formulei?».
É então que me deixo ler em Proust, Joyce, Dostoiévski ou Tolstói e acredito que ainda estou a tempo de mudar de vida.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ás voltas com o (novo) mundo...de Obama

O primeiro presidente pós americano...mas há qualquer coisa de naif neste homem. O espelho foi a sua festa: as atitudes, a postura, o modo como se espelha institucionalmente...Ainda demasiado humano. Até quando, senhor Obama?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Memória e Liberdade


Duas palavras chave do discurso da tomada de posse de Obama.

Parabens América


segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Transsiberiano...


No Rossia a caminho da Sibéria procurando Irkustk para visitar o Baical...Agosto de 2008.
Há um silêncio tão penetrante neste lugar, um silêncio profundo, do fundo, ao fundo. Não consigo, sempre que o visito, de deixar de ouvir os gritos desesperados d' A Casa dos Encontros que Martin Amis contou num livro imperdível sobre os Gulag.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Isto da ignorância...

É, de facto, uma catástrofe pessoal que geralmente compromete os percursos e os projectos existenciais das vítimas, apesar de uma certa nomenclatura ignorante, achar-se portadora de elevadissimos coeficientes de sabedoria, de tal maneira, que o problema da sua inoperância e ineficiência social e cultural, dizem eles, remonta não à sua incapacidade dialéctica de interacção com o mundo e com a vida, justamente porque saber é conhecer e conhecer é (sempre) viver mas, claro está, acrescentam, à sua debilidade social, geralmente consequência, da sua condição de classe, e de orfandade humana.
Ler não é sinónimo de saber. Estudar não é sinónimo de aprender. Disso diz-nos e ensina-nos com profundidade absoluta, o novo livro de Harold Bloom, Onde Está a Sabedoria?
Saber é um exercício que geralmente encontra no espanto a sua decisiva aprendizagem. Ora, grande parte daqueles ignorantes, que se dá ao luxo de opinar sobre o insondável, e o insondável é a profundidade da relação com o dicionário sapiencial dos textos, jamais terá espanto, e por isso mesmo, jamais conseguirá construir real em áreas do pensamento onde à ignorância estão vedadas todas as portas.
Conheci e conheço grandes personalidades da vida politica, intelectual, social e económica nacional e internacional por força da minha profissão. E há mais de trinta anos que convivo, social e profissionalmente, com «gente» de altissimo nível intelectual. Ao longo destes longos anos de vida activa, o que tenho aprendido com este leque muito eclético de pessoas é que sobre alguns assuntos, ou dispomos das verdadeiras armas da sabedoria, e então sim, somos capazes de ser entendidos e entender o interlocutor e contribuir assim para o crescimento do humano ou se de facto, não os conhecemos em profundidade, é sempre melhor, não comprometer-nos com ideias geralmente trabalhadas a partir de «dicionários» pouco recomendáveis, porque autênticos embustes mentais e culturais.
Sobre religião, ensinaram-me alguns «mestres», daqueles que conheci e li ao longo da vida, que é sempre mais prudente uma pessoa ouvir. É sobretudo mais prudente ouvir se não conhecemos o texto (significado e significante) sobre o qual estamos a elaborar pensamento ou acção. Há sempre a atitude mais inteligente que é aprender - viver o texto, para então sim, acrescentar valor.
Vem isto a propósito do que ouvi e li na comunicação em geral.
Sobre religião, os homens e as mulheres prudentes, e são prudentes os sábios, só verbalizam texto, se conhecem o pre - texto. E conhecem o pré - texto, aqueles homens e aquelas mulheres que de dispuseram um dia nas suas vidas a «escutar».
Sobre o que disse D.José Policarpo, talvez a prudência da expectativa ajude a clarificar com mais profundidade a existência do contexto.
Sendo D. José um homem de uma imensa cultura, um homem a quem muito poucos poderão ensinar alguma coisa, resta-nos a prudência de procurar, investigar, as causas, que terão originado, declarações tão inesperadas.
Lembro-me, no entanto, o que nos disse o Pastor Dimas acerca do diálogo inter religioso, no módulo que ministrou sobre cristianismo, aquando do Curso Europa e Religiões (Europa Viva).
E o que nos disse Dimas de Almeida foi o seguinte: não há diálogo inter religioso possível se não ousarmos conhecer-nos melhor. E conhecer-nos melhor não é só saber ou ler livros sobre história das religiões é sobretudo conseguir-nos espantar com o insondável que habita, vive, o coração de cada homem justo.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A Guerra Mundial pela Riqueza, um tema para 2015

O livro, por enquanto, só está publicado em alemão. Gabor gostaria de intitular, ironicamente, a próxima versão inglesa como uma resposta ao livro de Thomas Friedman ('O Mundo é Plano'). A sua escolha seria: 'O Mundo é torto. A verdadeira história da globalização'.
Para um púbico internacional, o jornal Spiegel - onde Gabor é editor, sediado em Berlim - publicou, na sua edição internacional na web, um conjunto de extractos em inglês sobre os temas mais polémicos, que podem ser consultados em: www.spiegel.de/international/0,1518,k-6997,00.html
Não encontra, por isso, outro antídoto senão uma proposta radical: a criação de um mercado comum entre os espaços da América do Norte e da União Europeia. "Esta zona de comércio livre transatlântica é poderosíssima, pois dentro das suas fronteiras está 60% do produto mundial. Todas as nações deste espaço são capazes de defender os seus valores, os seus padrões sociais, o seu estilo de vida e de produzir, a sua ideia de proteger o ambiente, a sua vontade firme em defender a meninice das nossas crianças e o seu direito a estudarem em vez de terem de trabalhar", diz-nos Gabor

Do empreededorismo...

«Si se ayuda a los emprendedores sociales, el cambio ocurrirá».

Ashoka

Sociedad y desarrollo. La sociedad del por qué no

Um texto que não devemos perder...

http://168.96.200.17/ar/libros/tar115/beck.rtf

Li e ouvi as declarações de D.José Policarpo...

Acerca dos nossos irmãos muçulmanos.
Sou a par com Beatriz Gama Lobo responsável por um Curso subordinado ao tema »Europa e Religiões», um curso da Associação Europa Viva, que tem por missão justamente a promoção do encontro inter cultural e inter religioso.
A experiência que trago de dois anos para este contributo diz-me o seguinte:
mais do que o diálogo inter religioso, que dificilmente se fará, já que falar de teologia é conversar sobre fé, o fundamental é a continuidade do diálo inter cultural, menos dissonante, mais promissor, mais capaz de locução.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

«A quem faltar a capacidade de colocar antolhos a si mesmo (...) e de se convencer de que o destino da sua alma depende da correcção ou não da interpretação de determinada passagem de um manuscrito, será sempre um estranho à ciência e ao estudo...».
Max Weber

sábado, 10 de janeiro de 2009

As cores da vida com Rothko






quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

ás voltas...

com a vida...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

ler, ler, ler


Livros!!!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

2008

Tenho dedicado uma parte dos últimos dias a ler as dezenas de moleskines que registaram o meu ano de 2008.
Todo este trabalho visa tentar não perder uma única ideia das que foram surgindo ao longo do ano e que por variadas razões não poderam ser implantadas, estudas ou maturadas. As ideias são o produto mais precioso do século XXI. Se às ideias juntarmos a vontade e a exequibilidade podemos estar certos que somos protagonistas de mudança e não apenas peças instrumentais do devir histórico.
Aproveito sempre para ler as notas. As notas laterais que vou escrevendo à medida que a vida se faz obra. As minhas moleskines estão carregadas de notas. Sempre fui assim. Anoto tudo. Minuciosamente, paulatinamente, sem pressa. Como se estivesse sempre a preparar uma reportagem.
Descobri que a verdade ontológica dos meus dias está justamente nas notas. E as notas durante o ano de 2008 traduziram sucessivamente a angústia do esforço de empreender, a fadiga provocada pela procura, e traduziram muitas vezes o medo, o medo de não ser capaz de encontrar a solução certa no dia e à hora aprazada.
Vamos ver se em 2009 sou mais rápida na procura do acervo das soluções.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Se poder...

deve ler...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Chapeleira alemã

Quando é que nós portugueses permitimos aos nossos jovens o acesso a profissões como esta de
chapeleiro (a) num Teatro de Ópera.
O que diriam os pais portugueses aos filhos que quisessem seguir esta especialidade de design de moda?
Nesta passagem de ano conheci uma chapeleira alemã de um Teatro de Ópera alemão. Fiquei fascinada com a ideia de alguns jovens europeus poderem dedicar-se a actividades criativas alternativas.
Nós, aqui no rectangulo, continuamos a querer ser (apenas) doutores, engenheiros, gestores, arquitectos, (...).
Das industrias criativas, responsáveis por 32% do tecido económico europeu, ainda nem ouvimos falar...
Pois sim?