sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Errata: Revisões de uma vida

A obra de Steiner ocupa a minha reflexão há alguns anos. Voltei de novo à Errata, Revisões de uma Vida. Quando procuro caminhos, soluções, percursos, regresso a George Steiner. A Gramáticas da Criação, sempre, e a Antígonas quando quero pensar sobre o papel das matrizes culturais na consciencia e cidadania europeia, dois temas que mudaram a minha vida nos últimos anos, em prol do compromisso fundador da Associação Europa Viva.
Errata, Revisões de uma Vida é uma obra que não se esperaria de uma personalidade como Steiner, homem cultissimo, professor genial, conferencista extraordinário mas um ser humano de uma vaidade intelectual sem limites, dificilimo no trato humano, senhor conscio da sua singular educação e formação, que cedo o tornou um principe do saber.
Agora que estou submersa no texto de Steiner, náo hesito em transcrever umas passagens sobre como Steiner define o «clássico»:
«Eu defino um clássico, seja na literatura, na música, nas artes ou na filosofia, como uma forma significante que nos "lê". Lê-nos mais do que nós o lemos...de cada vez que entramos nele, o clássico questiona-nos. Desafio os recursos da nossa consciência e do nosso intelecto, da mente e do corpo...o clássico perguntar-nos-á: compreendeste?, re-imaginaste com responsividade? estás preparado para agir sobre as transformações, sobre as possibilidades de uma outra existência, mais enriquecida que eu formulei?».
É então que me deixo ler em Proust, Joyce, Dostoiévski ou Tolstói e acredito que ainda estou a tempo de mudar de vida.

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