sábado, 28 de fevereiro de 2009

É preciso ler o mundo...

http://academicearth.org/

o meu país..

sim, sim, sim, sigo com alguma atenção o Congresso do PS...estou a pensar pedir ao João Lázaro da APAV (Associação de Apoio à Vítima) que apoie rápidamente José Sócrates nesta sua experiência ontológica de vítima...

Reflexão..

Estou a pensar no meu país...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Como as ideias se transformam em obras


Rotas da Cultura, Apontamentos de Viagem

Continuo a luta...

pelo direito ao silêncio nos espaços públicos.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Central de Comunicação

Não consigo distinguir um único verbo que diferencie as declarações, entrevistas, inaugurações, dos ministros do actual governo do Portugal. Todos dizem o mesmo (o investimento público é fundamental, deviamos estar mais únidos neste tempo que a crise, vinda do exterior, revisitou os portugueses, ...) ainda que falem de coisas diferentes.
Há sempre espaço para passar a comunicação concertada na Presidência do Conselho de Ministros, onde se reúne, pelo menos, uma vez por mês, o quartel general dos técnicos de comunicação do Governo de Portugal.
Como cidadã portuguesa, daqui vão os meus parabens pela central: funciona bem, é directa, eficáz, está centrada no essencial da mensagem, (...).
Confesso que depois do 25 de Abril não conheci outra comunicação governamental com uma gramática tão consertada.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A força do pensamento

«Tanto agora como dantes, podemos orientar-nos segundo o diktat hegeliano de que a força de um pensamento radica na sua capacidade de ser levado à prática e na sua possível materialização...».
Sloterdijk, Peter O Sol e a Morte, pp.166

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O desespero de uma cidadã...

Que (só) deseja BOA EDUCAÇÃO no espaço público, atormentado pelas bisgas, pelo ruído (conversas ao telemovel sobre a vida do francisquinho, gatinho, maezinha, ...), pela impertinência, pela arrogância, (...).
- nas ruas;
- nas bibliotecas;
- nos cafés;
- nos centros comerciais;
-nos bancos;
- nas casas da cultura (cinemas, teatros, ...);
- nos hospitais;
- (...).
Queremos silêncio. Nós conseguimos enfrentar os nossos fantasmas em silêncio. Nós conseguimos conversar com as nossas vozes internas. Nós vivemos em paz. Nós gostamos de pensar e de ler...Nós queremos silêncio. Nós temos esse direito!!!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O país real...revisto no Prós e Contras

Para a equipa que produziu o Prós e Contras de 16 de Fevereiro de 2009, dedicado ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, a frustração deve ter sido imensa.
Num programa que se desejou sábiamente preparado, com pessoas supostamente tão interessantes, mediaticamente sapienciais, o resultado foi a perpétua banalidade do país real...
1. Um padre «arejado» doutorado em Wittgenstein que surpreendeu pela banalidade do seu pensamento relativamente a uma matéria que diria muito acerca do modo como os pastores vivem os dramas das suas ovelhas...
2. Duas senhoras «inteligentes e cultas» que sempre que abriam a boca incomodavam a senhora «decência»;
Isto da falta de educação e da arrogância das mulheres «letradas» está a custar-nos muito caro.
3. Um senhor, Eduardo Nogueira Pinto, que obviamente não deixou ficar mal o «jardim» onde nasceu;
4, Uma familia de homossexuais (Miguel Vale de Almeida e Pamplona Corte Real filho) de quem não duvidamos da legitimidade para analisar, reflectir e promover um debate em torno do casamento homossexual mas que de facto já disse tudo acerca do tema;
5. O Profº Pamplona Corte Real que apesar de ser um jurista polémico mostra a pertença identitária a uma geração que foi de facto (bem) educada e por isso respira efectivamente tolerância na gramática da sua narrativa;
6. O historiador Rui Tavares, talvez o único interlocutor que podia acrescentar valor ao debate, não apenas pela sua superior inteligência mas sobretudo porque o seu pensamento sobre a vida e o mundo ainda não esgotou a mediatização da missão de ajudar a pensar...
7. Os outros (...)
Em síntese: os Pros e Contras dedicado ao casamento homossexual só foi importante porque revelou uma vez mais as caracteristicas essenciais da classe cultural mediatizada: pouco aprumo no trato humano, incapacidade real de discutir matérias realmente dissonantes, ausência de respeito pela pessoa do seu interlocutor, falta de civismo, falsa mostra de tolerância e liberdade cívica.
A central de comunicação do governo de Portugal mediu cuidadosamente as implicações do agendamento desta questão...
Viva Portugal emergente!!!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Oraculo do Cão

À agenda de uma redacção, nos dias que correm, chegou finalmemente a noticia: Um homem mordeu num cão.
O Director diz aos editores: guardem as peças do nacional. Investiguem sociedade e local.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

sábado, 14 de fevereiro de 2009

O meu contributo para a História da Sombra...


Foto Ana Paula Lemos, Muralha da China, Agosto 2007.

É preciso ler o mundo...


Reflejos de la India posmoderna
Tradición y globalización se mezclan en las propuestas del país invitado en Arco

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O caminho faz-se caminhando...


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009


Darjeeling. Índia. Fevereiro de 2007
Um céu aberto de lixo entre duas casas, ao fundo uma cascata, litros de fossa jorrando sobre o menino.
Uma das casas era um cubículo de poucos metros. Talvez três por cinco metros. Um colchão de arame e um cobertor. Era tudo quanto o proprietário dispunha para acolhimento.
Cá fora, numa tábua de alguns centímetros que separava a rua, desenhada num asfalto de terra, por onde aliás eu passava, e a casa, o homem lavava os dentes apoiado num corpo frágil, ossudo, elástico.
A outra casa tinha a porta e as janelas cerradas. Mas o anúncio num dos vidros da janela dizia: internet.
Darjeeling uma das grandes marcas mundiais. Um território distribuído por infinitos pequenos territórios privados espalhados pelo mundo. Um lugar do mundo onde os indianos são de todas as cores, com olhos de todos os feitios e os meninos conseguem imacular o branco das suas fardas, mesmo vivendo, entre pastas de lodo, imenso lixo e esgotos de céu aberto.
Darjeeling o lugar da Índia mais perto de Deus.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Rádio

É de facto um mundo fascinante e uma ajuda imprescindivel para perceber que nos ouvimos e lemos de um modo completamente dissonante daquele que os outros nos ouvem e leêm.
E ainda, outra verdade fundamental acerca de nós, que muitas vezes somos o «outro» no modo como nos ouvimos e lemos.
Em resumo: é importante sermos independentemente do que os outros pensam de nós e que a opinião dos outros a nosso respeito em nada altera aquilo que realmente somos.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

«Jamal» o rapaz da Esperança

Evidentemente que este título jamais contribuiria para vender «Quem quer ser Bilionário» mas Jamal, a personagem central do filme, é isso mesmo, a transfiguração da Esperança, a metáfora da vontade, a encarnação de uma ideia de amor...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009


Uma lição de empreendedorismo, criatividade e participação cívica.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Sikkim, um lugar onde a terra acaba e o céu começa




No norte da Índia existe um pedaço de terra chamado Sikkim, um lugar onde a terra acaba e começa o céu, um lugar diferente de todos os lugares da Índia e do mundo. Gangtok a sua capital é um imenso povoado construído a partir do caos bem suportado pela cordilheira dos Himalaias. Um policia, pobremente vestido, protegido por luvas brancas que o cobriam da mão ao cotovelo aguenta serenamente o trânsito de pessoas e mercadorias sob uma roda de madeira entre quatro estradas estreitas, vertiginosas, labirínticas, que ligam o supé da cidade à bacia da montanha.
Todos os carros aqui no Sikkim têm medidas curtas: pequenos e estreitos. A rua principal da capital é pedonal. As lojas são todas parecidas em tamanho, pequenos quadrados de chocolate, e só os ingredientes alteram a cor. Mas como sabem o comércio, na Índia é farto de côr e de cheiros. Fomos o primeiro grupo de portugueses a «invadir» o Sikkim. Tivemos de pagar uma taxa sobre o luxo de viver uma semana nesta região do norte da Índia onde o ar é puríssimo e a terra virgem de maus tratos. E tivemos que pedir uma autorização especial para respirar o ar e partilhar do seu céu.
Foi no Sikkim que conheci um sapateiro cuja oficina ao ar livre ficava mesmo implantada na berma da estrada (os carros assobiavam para protegê-lo) apenas com um chapéu de sol para fustigar a luz intensa do seu amável cliente. A largura da oficina tinha o tamanho do seu corpo, um corpo ossudo, esguio, completamente repousado sobre pernas Yogui, mas o céu, esse, a altura da sua alma.
Foi também aqui no Sikkim que pela primeira vez convivi com autênticas comunidades budistas, comunidades de homens velhos, jovens e crianças, organizados segundo parcos recursos materiais, embora os seus Mosteiros estejam invariavelmente situados em geografias esteticamente indizíveis, mas com práticas que não deixam antever o glamoroso budismo do ocidente.
No Sikkim a ascese mística é toldada pela dura realidade da montanha. Às vezes dói muito para respirar. E o Mosteiro nunca fica perto. É bem lá no fundo da garganta do amor que a oração é dita repetindo à exaustão uma língua de sons agrestes. Não fossem os quadrados e os rectangulos de pano ao vento, cozidos uns aos outros, remoendo a ladainha da palavra, disseminando a ontologia da existência pelos lugares, aldeias e cidades e no Sikkim, respirar, era, de facto, o símbolo da trágica condição do humano.
Aqui no Sikkim gostei do movimento suave produzido por milhares de pessoas ao fim do dia batendo com os pés em passeios esburacados, gostei também, do silêncio da noite escura. O silêncio…o bem mais precioso da Índia.
Aqui no Sikkim gostei do cheiro a cardomomo que nós, os 25 portugueses, esgotámos no estreito comércio da rua pedonal.

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Fotos e Texto - Ana Paula Lemos