quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009


Darjeeling. Índia. Fevereiro de 2007
Um céu aberto de lixo entre duas casas, ao fundo uma cascata, litros de fossa jorrando sobre o menino.
Uma das casas era um cubículo de poucos metros. Talvez três por cinco metros. Um colchão de arame e um cobertor. Era tudo quanto o proprietário dispunha para acolhimento.
Cá fora, numa tábua de alguns centímetros que separava a rua, desenhada num asfalto de terra, por onde aliás eu passava, e a casa, o homem lavava os dentes apoiado num corpo frágil, ossudo, elástico.
A outra casa tinha a porta e as janelas cerradas. Mas o anúncio num dos vidros da janela dizia: internet.
Darjeeling uma das grandes marcas mundiais. Um território distribuído por infinitos pequenos territórios privados espalhados pelo mundo. Um lugar do mundo onde os indianos são de todas as cores, com olhos de todos os feitios e os meninos conseguem imacular o branco das suas fardas, mesmo vivendo, entre pastas de lodo, imenso lixo e esgotos de céu aberto.
Darjeeling o lugar da Índia mais perto de Deus.

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