sábado, 16 de janeiro de 2010

Quero acreditar...

A vida monástica tem sido um tema recorrente na minha vida de convertida. Não raro o dia penso nessa entrega total da pessoa humana a Deus e pergunto-me se, de facto, o sentido da vida não reside justamente aí na verdade de sermos simples de coração e astutos na obra.
Desde que fundei a Europa Viva não voltei a pensar mais numa vida de oração plena como a possibilidade perdida do sentido. Acredito que resolvi o problema do (meu) sentido mas tudo continua em aberto relativamente ao significado do sentir.
Porém, quando os «haitis» históricos invadem a minha alma e perturbam o meu espírito, pergunto-me de novo, se de facto, a suplica ao Pai não é o único gesto de pura gratuidade (?)
O que posso fazer deste canto? Como esticar o meu braço até lá à agonia e ao sofrimento, à angústia e à tortura, à perda, (...).
Da impotência real do sentido do Ser nasce o movimento que faz da oração a arma possível da entrega.
E, num gesto manso, humilde, rezo...
Pai Nosso que Estáis nos Céus...
Quero, quero acreditar, que este gesto fará chegar o melhor de mim, um pequeno pedaço de mim, ao coração de todas as tragédias.

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