terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O país real...revisto no Prós e Contras

Para a equipa que produziu o Prós e Contras de 16 de Fevereiro de 2009, dedicado ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, a frustração deve ter sido imensa.
Num programa que se desejou sábiamente preparado, com pessoas supostamente tão interessantes, mediaticamente sapienciais, o resultado foi a perpétua banalidade do país real...
1. Um padre «arejado» doutorado em Wittgenstein que surpreendeu pela banalidade do seu pensamento relativamente a uma matéria que diria muito acerca do modo como os pastores vivem os dramas das suas ovelhas...
2. Duas senhoras «inteligentes e cultas» que sempre que abriam a boca incomodavam a senhora «decência»;
Isto da falta de educação e da arrogância das mulheres «letradas» está a custar-nos muito caro.
3. Um senhor, Eduardo Nogueira Pinto, que obviamente não deixou ficar mal o «jardim» onde nasceu;
4, Uma familia de homossexuais (Miguel Vale de Almeida e Pamplona Corte Real filho) de quem não duvidamos da legitimidade para analisar, reflectir e promover um debate em torno do casamento homossexual mas que de facto já disse tudo acerca do tema;
5. O Profº Pamplona Corte Real que apesar de ser um jurista polémico mostra a pertença identitária a uma geração que foi de facto (bem) educada e por isso respira efectivamente tolerância na gramática da sua narrativa;
6. O historiador Rui Tavares, talvez o único interlocutor que podia acrescentar valor ao debate, não apenas pela sua superior inteligência mas sobretudo porque o seu pensamento sobre a vida e o mundo ainda não esgotou a mediatização da missão de ajudar a pensar...
7. Os outros (...)
Em síntese: os Pros e Contras dedicado ao casamento homossexual só foi importante porque revelou uma vez mais as caracteristicas essenciais da classe cultural mediatizada: pouco aprumo no trato humano, incapacidade real de discutir matérias realmente dissonantes, ausência de respeito pela pessoa do seu interlocutor, falta de civismo, falsa mostra de tolerância e liberdade cívica.
A central de comunicação do governo de Portugal mediu cuidadosamente as implicações do agendamento desta questão...
Viva Portugal emergente!!!

1 comentário:

lurdes disse...

Não vejo o dito programa Prós e Contras há muito tempo. Não posso opinar sobre o que lá se discutiu; mas sobre o tema discutido, posso perguntar.
Sendo que a união de pessoas do mesmo sexo é distinta da norma histórica, pelo menos em uma das suas dimensões, a procriação, por que motivo se faz tanto finca pé em querer entrar na NORMA? Por que não desenhar um outro modelo, com outra designação para verdadeiramente marcar a diferença? Só pelo diferente se pode afirmar uma ideia
de união entre pessoas do mesmo sexo. A BUSCA da norma pode não passar de uma caricatura a resvalar para um circo...